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    Investigadores da Universidade de Évora analisam pólenes

    Varicela
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    Número de Mensagens : 853
    23042009

    Investigadores da Universidade de Évora analisam pólenes Empty Investigadores da Universidade de Évora analisam pólenes

    Mensagem por Varicela

    http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1210202&seccao=Sa%FAde

    Alergias
    Investigadores da Universidade de Évora analisam pólenes
    por Rita Ranhola, LusaHoje

    Como as abelhas, também Rui Brandão e Elsa Caeiro, da Universidade de Évora, passam os dias de volta dos pólenes, mas para "fabricar" informação sobre as concentrações polínicas, preciosa para ajudar quem sofre de alergias respiratórias.

    "É um trabalho minucioso, requer muita paciência, são muitas horas ao microscópio", diz à agência Lusa Elsa Caeiro, da Rede Portuguesa de Aerobiologia (RPA) e investigadora do Laboratório de Palinologia da Universidade de Évora.

    Uma dedicação confirmada à Lusa por Rui Brandão, coordenador da RPA e docente do departamento de Biologia da universidade alentejana: "É uma actividade a tempo inteiro".

    A RPA, tutelada pela Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), analisa as partículas biológicas contidas no ar, como os pólenes, com potenciais repercussões negativas sobre a saúde humana.

    As amostras de pólenes são recolhidas, através de polinómetros, em sete centros de monitorização espalhados pelo país (Porto, Lisboa, Coimbra, Évora, Portimão, Funchal e Ponta Delgada).

    "É uma monitorização semanal do conteúdo polínico atmosférico que tem impacto na saúde pública, nomeadamente na doença alérgica respiratória", explica Rui Brandão.

    Semanalmente, as amostras seguem para o Laboratório de Palinologia do departamento de Biologia da Universidade de Évora, que analisa as concentrações dos diferentes pólenes.

    Este trabalho laboratorial é efectuado por Elsa Caeiro, que tem também sob a sua alçada a recolha das amostras do polinómetro de Évora, instalado bem no alto de uma antiga torre existente no centro histórico.

    O aparelho é constituído por três elementos: uma bomba de vácuo que "aspira o ar", a parte da cabeça, sempre virada em direcção ao vento e com um orifício por onde o ar entra, e uma bobine com uma fita, impregnada com uma solução adesiva de silicone, onde as partículas em suspensão ficam "presas".

    Por minuto, adianta Elsa, são aspirados "dez litros de ar", precisamente, o "fluxo que entra nos pulmões do homem", e a bobine gira "dois milímetros por hora", pelo que "48 milímetros de fita correspondem a um dia".

    A cada semana, a fita é substituída e a que é recolhida ruma ao laboratório, onde Elsa secciona os vários dias de amostragem e aplica uma solução que dá um tom rosado aos pólenes, facilitando a sua identificação e contagem.

    Os dados são disponibilizados ao longo de todo o ano pela SPAIC e pela RPA e, na Primavera, quando as alergias respiratórias estão no auge, é difundido pelos "media" o Boletim Polínico, útil para os doentes alérgicos.

    Quando se ultrapassa uma determinada concentração, as proteínas contidas nos pólenes, partículas de tamanho microscópico em suspensão no ar, explica, "induzem em pessoas susceptíveis uma resposta alérgica, seja rinite alérgica, asma brônquica ou outro tipo de patologia".

    Decifrados os níveis de pólenes nas várias regiões do país, as alergias respiratórias são mais facilmente diagnosticadas e os doentes podem prevenir-se para controlar os vários sintomas, que podem incluir espirros constantes, nariz entupido ou comichão nos olhos e nariz.

    "Conseguimos informar as pessoas de que se iniciou a estação das gramíneas e, através dos valores que vamos obtendo das leituras, prever que, na próxima semana, vamos ter níveis muito elevados, não de pólen de oliveira, mas de pólen das gramíneas ou de parietária ou de plátanos", realça Rui Brandão.

    Por isso, acrescenta, o boletim funciona quase como "uma informação meteorológica", mas aplicada aos pólenes, e os doentes podem então recorrer ao seu médico alergologista ou optar por "não ir para o campo durante a tarde, quando ocorrem os picos polínicos das gramíneas, ter as janelas fechadas e não sair de casa", entre outras medidas.
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