A investigação, agora publicada na revista Nature Genetics, foi realizada em ratos e promete trazer uma nova abordagem ao desenvolvimento de tratamentos.

A doença faz com que as células sanguíneas não se desenvolvam como deviam na medula espinal, responsável pela sua produção. Assim, os imaturos glóbulos brancos (ou leucócitos) não estão suficientemente desenvolvidos para combater as infecções e os glóbulos vermelhos não são suficientes para transportar o oxigénio pelo organismo.

Se não for tratada, a doença é fatal em poucas semanas.

Os investigadores do instituto britânico Wellcome Trust Sanger pesquisaram como é que surge esta forma de leucemia e descobriram três grupos de mutações genéticas responsáveis pela leucemia mielóide aguda.

A mutação mais comum é no gene Npm1. Ao manipularem este gene em ratos, perceberam que aumentava a capacidade das células de se renovarem, o que é sinal de cancro. Apesar disso, apenas um terço dos ratos desenvolveu leucemia.

Concluíram por isso que têm de existir outras mutações para que a doença se desenvolva.

Descobriram outras duas mutações – uma que afecta a divisão celular e o crescimento, outra que modifica a envolvente da célula.

O cientista responsável pelo estudo, George Vassiliou, hematologista do Wellcome Trust Sanger Institute, explicou à BBC que encontraram “os pontos cruciais a partir dos quais o cancro se desenvolve”. Identificando tais pontos, é possível partir para a investigação de novos medicamentos que revertam o processo.