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    Há2M.A só as fêmeas hominídeas percorriam grandes distâncias

    Forda 3 CV
    Forda 3 CV

    Número de Mensagens : 2216
    03062011

    Há2M.A só as fêmeas hominídeas percorriam grandes distâncias Empty Há2M.A só as fêmeas hominídeas percorriam grandes distâncias

    Mensagem por Forda 3 CV

    Há dois milhões de anos só as fêmeas hominídeas percorriam grandes distâncias

    Relação dos Australopithecus africanus e Paranthropus robustus com o território analisada através dos dentes

    Há2M.A só as fêmeas hominídeas percorriam grandes distâncias 49400


    Através da análise aos dentes de oito Australopithecus africanus e 11 Paranthropus robustus, uma equipa de cientistas da
    Universidade do Colorado Boulder descobriu que estes hominídeos
    ancestrais tinham uma particularidade: as fêmeas percorriam maiores
    distâncias no território do que os machos.


    Os cientistas analisaram o esmalte dos dentes destes indivíduos.
    Chegaram à conclusão que, em mais de metade das fêmeas, os dentes
    definitivos formaram-se muito longe do local onde nasceram e passaram a
    infância. Apenas 10 por cento dos machos tinham as mesmas
    características. O estudo está publicado na «Nature».


    Sandi Copeland, investigadora que dirige a equipa, afirma que “um
    dos objectivos do estudo era encontrar algum indicativo que sugerisse
    como aqueles primatas hominídeos se relacionavam com o território. Pelo
    que parece eram as mulheres que, normalmente, deixavam os seus grupos de
    origem”
    .


    Este padrão de dispersão feminina pode ainda observar-se em populações
    de chimpanzés comuns e bonobos (os animais geneticamente mais próximos
    do ser humano). A característica é, de resto, muito pouco frequente
    noutros primatas. Os gorilas machos, por exemplo, têm de deixar o seu
    grupo de origem para procurar as suas fêmeas.


    Os dentes estudados têm entre 2,4 e 1,7 milhões de anos e são todos
    originários das grutas Sterkfontein e Swartkans, na África do Sul, dois
    sítios importantes para o estudo da evolução humana.


    Isótopos de estrôncio


    Os cientistas analisaram a quantidade de vários isótopos de estrôncio
    presentes no esmalte dos hominídeos. Esta técnica sofisticada permite
    averiguar onde viveu um indivíduo na altura da formação dos seus dentes.


    O estrôncio é um elemento natural que faz parte das rochas e do terreno
    e que é absorvido por animais e vegetais, incluindo os que são
    consumidos pelo homem. Por isso, os traços desses isótopos podem
    encontrar-se no esmalte dental.


    Os diferentes isótopos de estrôncio reflectem as particularidades
    geológicas de um território concreto e, por isso, revelam a procedência
    dos proprietários dos dentes, sendo um indicador directo da alimentação
    dos hominídeos. Os isótopos foram “impressos” nos molares destes
    indivíduos na época final da formação de esmalte, quando tinham oito ou
    nove anos.


    As descobertas dizem também que a maior parte dos machos deslocou-se
    poucos quilómetros à volta do sítio onde nasceu. Para Copeland as
    conclusões sugerem outra novidade. Normalmente, o bipedismo é visto como
    uma evolução que permitiu que os hominídeos se deslocassem a longas
    distâncias. O estudo põe também esta teoria em causa.


    Artigo: Strontium isotope evidence for landscape use by early hominins
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      Data/hora atual: Sex 29 Mar 2024, 04:40