por Em Setembro, o biólogo Phil Torres liderava uma expedição à floresta amazónica peruana quando viu algo que o espantou: uma estranha aranha, que parecia feito de escamas e, acima de tudo, morta.
Quando se aproximou, a aranha começou a mexer-se. Um olhar mais atento revelou a ilusão: por cima da teia falsa de 2,5 centímetros estava uma outra aranha, muito mais pequena. Era ela que estava a sacudir a teia. “Fiquei maravilhado”, explicou Torres.
Os cientistas acreditam que esta é uma nova espécie do género Cyclosa, que constrói uma teia falsa à sua imagem a partir de folhas, insectos mortos e restos orgânicos. Os especialistas suspeitam que esta teia falsa é um mecanismo de defesa para confundir predadores distraídos.
“Parece um comportamento muito bem feito e específico. Considerando que as aranhas conseguem fazer desenhos geométricos impressionantes com as suas teias, não me surpreende que possam superar-se e desenvolver uma sua réplica com restos e outras coisas”, explicou o biólogo, que voltará a esta floresta em Janeiro, a Wired.
Depois de recolher a primeira aranha, Torres voltou ao local e identificou outras 25 aranhas idênticas. “Podem ser muito restritas a este local, mas acho que há milhões delas nesta floresta”, revelou. Algumas das réplicas são muito realistas, outras nem por isso.
“Nunca vi nenhuma estrutura assim”, alertou entretanto William Eberhard, entomologista do Smithsonian Tropical Research Institute e da Universidade da Costa Rica, especialista em aranhas e construção de teias.
interessante