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Champalimaud
Fundação traz génios do cancro a Lisboa
por CARLA AGUIAR
Mais de 200 especialistas oncológicos de todo o mundo são esperados, em Maio, no simpósio da Fundação Champalimaud. Em Outubro abre a clínica da instituição com uma forte componente de investigação.
A Fundação Champalimaud vai acolher alguns dos maiores investigadores na área do cancro, num simpósio que será o seu primeiro grande evento internacional realizado em Portugal. No encontro, agendado para 20 de Maio, está prevista a participação de mais de 200 especialistas oncológicos de todo o mundo, disse ao DN a presidente da fundação. Leonor Beleza ressalvou a amplitude do debate pretendido, com abordagens desde a genética à terapia, passando pela progressão da doença, de acordo com o saber mais actualizado.
Sublinhando a "qualidade muitíssimo elevada" dos investigadores confirmados, com relevo para o laureado James D. Watson (descobriu a estrutura do ADN) - que preside ao encontro -, Leonor Beleza espera que a iniciativa possa "estimular o espírito científico de jovens investigadores portugueses". Apesar do âmbito de acção da Fundação Champalimaud ser predominantemente internacional, a sua presidente acredita que o facto de estar radicada em Portugal, "pode não só ser um estímulo à pesquisa no País, mas também contribuir para dar maior visibilidade à investigação que aqui é feita".
Neste momento, a fundação já se encontra envolvida em programas de investigação no domínio oncológico, mas a ex-ministra da Saúde de Cavaco Silva não quis, por enquanto, apontar detalhes, limitando-se a dizer que os exemplos em causa são com instituições de fora de Portugal.
Depois da área da visão - para cuja investigação instituiu o maior prémio financeiro - a fundação elegeu a pesquisa científica em torno do cancro como a sua área de eleição.
É, aliás, nessa área que vai operar o futuro Champalimaud Center for the Unknown (Centro para o Desconhecido),com abertura prevista para Outubro, em Lisboa. Tal como explicou Leonor Beleza, será um misto de clínica de prestação de serviços com um laboratório de investigação, em que as duas vertentes da medicina estarão sempre presentes e aliadas. "A própria arquitectura do edifício é concebida para facilitar o relacionamento e discussão entre os clínicos e os investigadores, algo fundamental para o progresso do seu trabalho".
Quanto à misteriosa designação de "Centro Champalimaud para o Desconhecido", o que se pretendeu foi fazer uma analogia com a época dos descobrimentos, uma vez que a localização é próxima à Torre de Belém. "Tal como, naquele tempo, os portugueses partiam, com algum domínio científico de base, mas querendo descobrir o que não era conhecido, também queremos que este centro seja impregnado do mesmo espírito", resumiu Leonor Beleza, a pouco tempo de mostrar ao mundo o potencial da fundação que dirige.
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