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    Investigação - Evolução ao vivo no tubo de ensaio

    Varicela
    Varicela

    Número de Mensagens : 853
    01052009

    Investigação - Evolução ao vivo no tubo de ensaio Empty Investigação - Evolução ao vivo no tubo de ensaio

    Mensagem por Varicela

    http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1218199

    Investigação
    Evolução ao vivo no tubo de ensaio
    por FILOMENA NAVES

    Investigadores norte-americanos conseguiram colocar moléculas de RNA (material genético) a competir no tubo de ensaio pelo "alimento", para testarem um dos princípios básicos da teoria da evolução anunciada por Darwin há 150 anos. A equipa conseguiu ver a evolução a acontecer ao vivo no laboratório e publicou o seu estudo numa revista científica.


    Observando as diferenças entre os bicos dos tentilhões nas várias ilhas Galápagos, aquando da sua viagem no Beagle, Charles Darwin acabou por conceber, anos depois, a teoria da evolução, que o tornou famoso e mudou definitivamente as ciências biológicas. Hoje há quem esteja a testar as suas ideias ao nível molecular. É a evolução num tubo de ensaio, que ocorre em poucos dias.

    O trabalho está a ser desenvolvido por investigadores da Scripps Research Kellog School of Science and Technology, nos Estados Unidos, e o objectivo é estudar nas proteínas e no material genético como se processa a evolução.

    A equipa coordenada pela investigadora Sarah Voytek já conseguiu mostrar que alguns dos princípios clássicos da evolução enunciada por Darwin para as espécies também são visíveis no laboratório, de acordo com o artigo publicado ontem na Proceedings of the National Academy of Sciences. Por exemplo, quando espécies diferentes competem pelos mesmos recursos finitos, só os mais aptos sobrevivem. Outro: havendo variedade de recursos, as diferentes espécies evoluem para se especializarem de forma que cada uma ocupe um nicho diferente no mesmo ecossistema.

    Com moléculas de RNA (material genético) que funcionam como enzimas (catalisadoras de reacções químicas), o grupo de Sarah Voytek conseguiu verificar a existência dos mesmos princípios no tubo de ensaio. A grande vantagem deste estudo é que não é necessário esperar centenas de anos (nem dezenas) para ver as coisas a acontecer.

    "Podemos estudar estas coisas muito rapidamente", explicou Gerald Joyce, outro dos autores da pesquisa, citado pelo serviço de ciência Eurekalert. Na prática, a utilização de moléculas em vez de espécies vivas permite ver a evolução a decorrer em poucos dias, com milhares de milhões de moléculas a replicarem-se no tubo de ensaio em poucos minutos.

    Uma das moléculas de RNA utilizadas pela equipa pode evoluir em contínuo no tubo de ensaio. Isso resulta do facto de, a cada nova replicação, haver grande possibilidade de sofrer uma mutação. Ou seja, a sua população pode adquirir novas características ao fim de certo tempo. Há dois anos a equipa desenvolveu uma outra molécula de RNA do mesmo tipo, mas sem relação com a primeira, o que permitiu pô-las em competição no tubo de ensaio, para testar os princípios da evolução ao nível microscópico. Foi nessa competição que os investigadores observaram a sobrevivência do mais apto e a especialização nos diferentes recursos existentes.
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