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Gene usa "disfarce" para causar cancro cerebral
Um cientista espanhol descobriu um gene que usa um "disfarce" para conseguir penetrar no tecido cerebral.
Joan Massagué, cientista espanhol, conseguiu desvendar a forma como as células do cancro da mama conseguem penetrar o cérebro. A sua equipa constituída pelo Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, nos EUA, e o Instituto de Investigação de Biomedicina de Barcelona, conseguiu chegar a esta descoberta com base em amostras de células cancerígenas com capacidade para passar a barreira sanguínea cerebral, em doentes num estado avançado da doença. Depois utilizaram ratos para perceber como as células reagiam.
O cérebro é uma zona de difícil acesso das células cancerígenas. O seu sistema vascular cria uma espécie de barreira a estes micro-organismos. No entanto, algumas células conseguem penetrá-lo e causam metástases.
O gene com o nome ST6GALNAC5, produz uma enzima que normalmente está apenas activa no tecido cerebral. Uma reacção química cria um disfarce que cobre as células cancerígenas que viajaram de outras partes do corpo, de forma a conseguir "despistar" a barreira protectora do cérebro.
"Os nossos resultados concluem que este disfarce até agora desconhecido é um dos implicados na metástase cerebral", explica Joan Massagué, citado pelo El Pais.
Este é um dos três genes que devem ser os principais responsáveis pelo cancro em determinadas zonas do corpo, como por exemplo no cérebro e nos pulmões. Os outros dois já eram conhecidos pelo seu papel na penetração dos tecidos deste último órgão. Desta forma, pode concluir-se que ambas as partes do corpo têm processos biológicos semelhantes nas suas metástases.
TVNET
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