BIOLOGICUS FORUM

Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.
BIOLOGICUS FORUM

Forum de Estudantes de Biologia da Universidade do Porto


    Investigador português nos EUA lidera projecto inovador

    Varicela
    Varicela

    Número de Mensagens : 853
    01032010

    Investigador português nos EUA lidera projecto inovador Empty Investigador português nos EUA lidera projecto inovador

    Mensagem por Varicela

    http://sic.sapo.pt/online/noticias/vida/especiais/alteracoes+climaticas/Investigador+portugues+nos+EUA+lidera+projecto+inovador+de+monitorizacao+da+costa.htm

    Investigador português nos EUA lidera projecto inovador de monitorização da costa
    Um projecto inovador do centro norte-americano de Ciência e Tecnologia para a Observação de Margens Costeiras, liderado pelo português António Baptista, pretende acompanhar em tempo real o comportamento, cada vez mais imprevisível, dos ecossistemas costeiros.

    "O Centro foi criado com a premissa de que há hoje uma necessidade chave de ter melhor conhecimento das zonas costeiras e de poder tê-la disponível de forma útil. Mas envolve uma série complicada de desafios", disse Baptista em entrevista à Lusa.

    Sobretudo, afirma o professor da Universidade de Saúde e Ciência do Oregon, as mudanças climáticas e a acção humana sobre os ecossistemas costeiros faz com que hoje estes se comportem de maneira que os cientistas têm dificuldade em perceber.

    A resposta pode passar pelo desenvolvimento de processos científicos para zonas costeiras com base num novo tipo de tecnologias, chamadas de "collaboratories".

    Estas permitem que as observações feitas no terreno sejam disponibilizadas em tempo real aos investigadores e grupos envolvidos, através de uma central de transmissão de dados.

    "A integração de sensores, modelos computacionais e tecnologias de informação e pessoas é um conceito que tem estado a ganhar força. Temos sido pioneiros no meu centro, que mantém colaborações com diversas universidades, vários parceiros académicos, empresariais e do próprio Estado" norte-americano, disse António Baptista à Lusa.

    Dos cerca de 17 centros de ciência e tecnologia norte-americanos, o dirigido por Baptista é o primeiro que tem como foco as zonas costeiras.

    O Columbia, maior rio do noroeste dos Estados Unidos, que faz a fronteira entre estados de Washington e Oregon e desagua no Oceano Pacífico, tem sido cenário de pesquisas.

    A equipa de António Baptista dispõe de um sistema piloto com estações de observação que recolhem informação em tempo real sobre níveis, correntes e mesmo de nutrientes ou quantidade de carbono, "indicadores de mudança profunda das zonas costeiras".

    Têm sido diversos os fenómenos atípicos registados na área: desde o declínio dos cardumes de salmão ao aparecimento de chocos, que acabaram por entrar temporariamente na dieta dos ursos.

    "Foi surpreendente do ponto de vista dos ecossistemas. Até há 10 anos não se viam chocos nestas paragens", afirma Baptista.

    "Todos estes processos têm de ser estudados para permitir antecipar em vez de reagir", afirma.


    António Baptista, director do centro de Ciência e Tecnologia para a Observação de Margens Costeiras
    Residente há mais de 20 anos nos Estados Unidos, e com fortes laços com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) português, António Baptista foi um dos oradores do Encontro de Ciências do Oceano, que decorreu na semana passada em Portland, Estados Unidos.

    Formado em engenharia civil na Academia Militar, fez mestrado e doutoramento no Massachussetts Institute of Technology nos anos 1980 e hoje é professor na Universidade de Saúde e Ciência do Oregon, além de director do centro para as zonas costeiras.

    Voltou a Portugal depois do doutoramento, mas "não havia na altura condições para fazer o tipo de investigação que queria fazer".

    Trabalhou quase uma década no LNEC, e já nos Estados Unidos teve alunos que vieram de Portugal e regressaram após concluírem os seus cursos, alguns dos quais ocupam hoje lugares de destaque no instituto: mantêm projectos de colaboração específicos e fazem videoconferências regularmente.

    "A ciência que faço é em colaboração e não acredito que ninguém por si próprio resolve os nossos problemas", defende.
    Compartilhar este artigo em: reddit

    Nenhum comentário


      Data/hora atual: Qui 02 maio 2024, 09:51