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Biólogos portugueses desenvolvem nova metodologia para a identificação de fontes de poluição atmosférica
Usando líquenes como bioindicadores, os cientistas conseguiram estabelecer um perfil de determinado tipo de poluentes atmosféricos – PAHs – que permite distinguir fontes de poluição urbana de fontes de poluição industrial com grande precisão espacial.
Os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAHs) são poluentes atmosféricos, tendo 16 dos 100 compostos até agora identificados sido classificados como prioritários devido ao seu carácter cancerígeno e mutagénico.
Sendo produzidos por diferentes fontes de poluição é frequentemente difícil definir “quem polui o quê” de forma a atribuir responsabilidades. No entanto, cientistas do Centro de Biologia Ambiental, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa desenvolveram uma metodologia que pode contribuir para resolver esta questão.
Os biólogos liderados por Cristina Branquinho analisaram os PAHs armazenados nos líquenes amostrados em diferentes localizações da região urbana e industrial de Sines, onde estão presentes tanto fontes de poluição industriais – indústria petroquímica – como urbanas – as cidades de Sines, Santo André e Santiago do Cacém.
A investigação conduzida por Sofia Augusto e colegas revelou que os PAHs acumulados em líquenes recolhidos em diferentes locais diferem não só em termos quantitativos como qualitativos.
Com efeito, os resultados do estudo, recentemente publicados na revista Environmental Science & Technology, revelaram que as fontes de poluição urbana emitem a maior quantidade de PAHs, que são dominados por aqueles que possuem na sua constituição 4 anéis aromáticos, ao passo que as fontes de natureza industrial, responsáveis por concentrações intermédias destes poluentes, apresentam um perfil dominado pelos PAHs de 2 ou 5 a 6 anéis. As amostras recolhidas em zonas florestais, apresentaram a menor concentração de PAHs, dominados pelos que contêm 3 anéis aromáticos.
Deste modo, os biólogos portugueses desenvolveram uma metodologia que permite obter uma “radiografia” da poluição ambiental usando líquenes, o que permite estudar o seu impacto em diversos componentes do ecossistema e pode ser muito útil em estudos de saúde pública através do cálculo da exposição humana aos PAHs.
Fonte: Centro de Biologia Ambiental – CI
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