http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=%C9vora&Concelho=%C9vora&Option=Interior&content_id=1713292
Cães vivos usados como cobaia na universidade
Ex-alunos de Veterinária revelam experiências com cães enviados pelo canil municipal
Esterilizações, castrações, simulações de cesarianas e anestesias. A todas estas práticas foram sujeitos animais saudáveis enviados pelo canil municipal para a Universidade de Évora e servirem de "cobaias" a alunos do curso de Medicina Veterinária. Depois, eram abatidos.
A situação, ilegal e que viola todos os diplomas que regulam os direitos dos animais, arrasta-se há vários anos, mas só agora foi denunciada ao JN por vários ex-estudantes e actuais veterinários que se mostraram indignados com o recente abate de sete cães no canil, cinco dos quais com processo de adopção em curso.
Os relatos são feitos na primeira pessoa, mas quase todos os autores pedem o anonimato por se tratar de um meio pequeno e da ligação que os une às instituições visadas. "No meu primeiro ano do curso foi utilizada uma cadela para a parte da prática da disciplina de Anestesiologia. Todos os dias, de segunda a sexta-feira, aquele animal foi anestesiado e acordado. Até que no último dia foi abatido", refere uma aluna. No segundo ano, o cenário piorou, com cães a serem "abertos para aprendermos como se retira órgãos, como o baço. Por ser demasiado cruel, não voltei às aulas".
Cesarianas em não grávidas
Situações confirmadas por uma ex-aluna do mesmo curso e que agora exerce numa clínica em Évora. "Cheguei a simular cesarianas em cadelas que não estavam grávidas e retirei órgãos, como o útero e os ovários". Tudo isto "em animais vivos e sem doenças".
Do Sabugal chega o depoimento de Ana Lúcia, a única veterinária que não teme represálias. Em Maio pagou 700 euros por uma formação em Ecografia na Universidade de Évora (UE), de onde saiu "absolutamente chocada". Recorda terem sido utilizados pelo menos três animais vivos e sem doenças nas aulas práticas e que no final eram eutanasiados. "Estavam cheios de pulgas e carraças. Alguns colegas até foram picados. Uma cliente minha queria adoptar uma cadelinha, mas não foi permitido. As ordens eram expressas, qualquer cão que entrasse no Hospital Veterinário era para ser abatido. Não podia salvar todos, mas ao menos uma poderia ter sobrevivido", recorda.
Ao que o JN apurou, os animais que são enviados para a UE permaneceram no canil pelo menos durante oito dias, prazo a partir do qual a lei define que passam a ser "propriedade" da autarquia. Várias fontes garantem que "a saída é feita de forma regular". Entre as duas instituições existe um protocolo assinado "há cerca de seis ou sete anos" mas que, segundo o responsável do Hospital Veterinário, "apenas para incineração de cadáveres".
Confrontado com as várias acusações que contrariam esta afirmação, José Tirapicos Nunes começou por dizer que as desconhecia "em absoluto" para, pouco tempo depois, admitir que "possam ter ocorrido algumas situações pontuais de exames feitos em animais vivos". Ainda assim, fez questão de frisar que "não houve qualquer sofrimento infligido aos animais, uma vez que todos foram anestesiados". Por outro lado, "o veterinário municipal já tinha decidido que iam ser abatidos. A única diferença é que foram eutanasiados na universidade e não no canil", remata.
Duas ilegalidades
Advogada e sócia de diversas associações de defesa dos animais, Alexandra Moreira diz estarem a ser cometidas "pelos menos duas ilegalidades. Os animais não podem ser utilizados para fins didácticos nem cedidos pelos canis a outros que não sejam particulares ou associações zoófilas".
O presidente da autarquia, José Eduardo Oliveira, remeteu explicações para o veterinário municipal. Às acusações, António Flor Ferreira respondeu assim: "Estou a conduzir e a trabalhar desde as 5 da manhã. Já fechei a loja". Depois, desligou o telemóvel.
Cães vivos usados como cobaia na universidade
Re: Cães vivos usados como cobaia na universidade
0.o
e a pensar que eu estive a quase a ir para Évora!
ainda bem que isso foi denunciado.
e a pensar que eu estive a quase a ir para Évora!
ainda bem que isso foi denunciado.
Agora peguem nos senhores responsáveis e usem-nos à vontade em experiências didácticas no curso de Medicina.
Filhos da puta -.-
Filhos da puta -.-
Se calhar a ideia de uma 'abate digno' não soa tão mal agora. Prefiro que os animais que não cabem nos canis sejam abatidos do que vão parar a estas coisas... Ou piores, não sei se há pior, mas deve haver.
Quanto mais conheço as pessoas mais gosto dos animais.....
Escurrupixamos escreveu:Quanto mais conheço as pessoas mais gosto dos animais.....
mesmo....!
Acho que há sempre pior, por mais difícil que pareça -.- Mas isto já bate bem no fundo...Linik escreveu:Se calhar a ideia de uma 'abate digno' não soa tão mal agora. Prefiro que os animais que não cabem nos canis sejam abatidos do que vão parar a estas coisas... Ou piores, não sei se há pior, mas deve haver.
A minha mãe está sempre a dizer isso, e tem razão...Escurrupixamos escreveu:Quanto mais conheço as pessoas mais gosto dos animais.....
Isto revolta me...
Se as alunas sabiam que os animais eram saudáveis fizeram os procedimentos na mesma???
Eu não fazia!!!
Se as alunas sabiam que os animais eram saudáveis fizeram os procedimentos na mesma???
Eu não fazia!!!
Não há melhor e pior animal que o Homem. Ou seja, é capaz do melhor e do pior... Paciência. -.-
E realmente... Quem vem agora assumir que aceitou fazer isso é que ainda devia levar na cabeça!
E realmente... Quem vem agora assumir que aceitou fazer isso é que ainda devia levar na cabeça!
Pois devia! Essa gente enfim...
É o mesmo fenómeno que levou tantos alemães a seguir cegamente um líder cego... "Se eles fazem, porque é que eu não faço também?" e pronto, está tudo estragado...
É o mesmo fenómeno que levou tantos alemães a seguir cegamente um líder cego... "Se eles fazem, porque é que eu não faço também?" e pronto, está tudo estragado...