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Investigação
Atmosfera terá sido formada por gases do espaço
Hoje
Até agora acreditou-se que a atmosfera tinha sido formada por gases de origem vulcânica gerados no interior da Terra. No entanto, recorrendo às últimas técnicas, foi possível encontrar uma assinatura de meteoritos, refere uma investigação publicada na 'Science'.
A atmosfera terrestre é uma fina camada de gases , presa à Terra pela força da gravidade, e que tem 480 quilómetros de espessura. A camada foi formada pela libertação de gás do planeta, envolvendo gases como dióxido de carbono, vapor de água, dióxido de enxofre e nitrogénio, libertados do interior da Terra por meio das emissões dos vulcões e por outros processos. Inicialmente, a atmosfera tinha mais CO2, mas a composição foi progressivamente mudando.
As imagens de vulcões a expelir gás para a atmosfera talvez nunca tenham sido reais. Um estudo publicado na última edição da revista Science, avança a hipótese de os gases que constituem a atmosfera terrestre (e possivelmente os oceanos) nunca terem partido do interior da terra, mas do espaço.
Um estudo das Universidades de Manchester e de Houston
coloca em dúvida o papel dos vulcões como fonte da atmosfera. Tirando partido das últimas técnicas de análise conhecidas, a equipa de investigadores descobriu novos indícios. "Encontrámos uma assinatura clara de meteoritos nos gases vulcânicos", refere Greg Holland, o coordenador do projecto.
A equipa composta ainda por Martin Cassidy e Chris Ballentine, testou os gases vulcânicos, e concluiu que, afinal "estes não tiveram uma importância muito significativa. Por isso, a atmosfera e os oceanos só podem ter tido outra origem, possivelmente a partir do lançamento de materiais ricos em água e gás, semelhantes a cometas".
Holland refere que "até agora, ninguém teve instrumentos capazes de detectar estas assinaturas em amostras do interior da Terra, mas agora já o podemos fazer", refere, de acordo com um comunicado emitido pela Universidade de Manchester. A investigação foi suportada pela Natural Environment Research Council (NERC).
As técnicas permitiram medir pequenas quantidades de Kryton e Xenon, gases vulcânicos não reactivos, que revelaram semelhanças com os meteoritos e que são bastante diferentes dos gases solares, refere o mesmo estudo.
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