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Espécie de polvo do Atlântico faz-se passar por linguado para escapar aos predadores
A espécie de cefalópode imita o comportamento do linguado enquanto nada, que é quando está mais vulnerável porque o movimento anula o efeito camuflado que estes animais adquirem ao adoptar uma coloração e padrão semelhantes ao do meio onde se encontram.
Os animais possuem múltiplas estratégias para escapar aos predadores, havendo um grupo que se distingue por ser “mestre do disfarce” - polvos, lulas e chocos - que inclui animais que possuem uma pele muito particular que, devido às suas características pode mudar de aspecto com grande facilidade.
Com efeito, estes animais conseguem, com grande rapidez, alterar a cor e padrão da sua pele tornando-se semelhantes ao meio em que se encontram, o que lhes permite passar despercebidos – é a estratégia do mimetismo.
Numa edição recente do The Biological Bulletin, cientistas de um instituto de investigação americano dão a conhecer um caso particular de mimetismo em que o alvo da imitação não é o substrato/meio físico mas sim um outro animal, neste caso uma espécie de linguado. Já se conheciam duas espécies de polvo que se fazem passar por linguados no mar ao largo da Indonésia, mas este é o primeiro caso descoberto no oceano Atlântico.
O grupo de investigadores analisou fotografias e imagens de vídeo de 5 localizações nas Caraíbas, obtidas nos últimos 10 anos tendo descoberto que a espécie de polvo Macrotritopus defilippi se camufla fazendo-se passar por uma espécie de linguado – Bothus lunatus.
E o mimetismo vai para além da alteração do tom e padrão da pele já que este tipo de polvo copia também a forma e a velocidade dos movimentos natatórios do linguado. Com efeito, parece que a imitação só ocorre quando o animal se desloca, que é precisamente a altura em que se encontra mais vulnerável porque deixa de poder fazer-se passar por mais um elemento estrutural do meio.
A razão pela qual a espécie de polvo mimetiza uma espécie de linguado permanece ainda por determinar, mas uma explicação possível avançada pelos investigadores que fizeram a descoberta é que os animais tornam-se menos apetecíveis como presa porque deixam de ter uma constituição mole, passando a ser mais rijos.
Fonte: www.sciencedaily.com
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