Descobertas as primeiras espécies de insectos anfíbias

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Descobertas as primeiras espécies de insectos anfíbias
Cientistas americanos descobriram no Hawai várias espécies de mariposas cujas lagartas são capazes de sobreviver quer em terra, quer totalmente submersas. Aparentemente, a evolução da característica ocorreu em vários momentos diferentes e de forma independente, algo muito invulgar.

As lagartas, mariposas no estado larvar, são normalmente formas terrestres, com apenas 75 das 150 000 espécies da Ordem Lepidoptera a apresentarem hábitos aquáticos. No entanto, cientistas americanos descobriram no Havai várias espécies de mariposas que são anfíbias, podendo sobreviver tanto em meio terrestre como em meio aquático de forma exclusiva, um caso único entre os insectos.

A descoberta é da autoria de investigadores da Universidade do Havai e é relatada no mais recente volume da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

As lagartas anfíbias revelaram poder sobreviver quer em fendas de rochas, onde se alimentam de líquenes e algas secas, quer submersas em cursos de água, onde permanecem fixas às rochas, dependendo apenas da difusão de oxigénio através da pele hidrofílica do seu abdómen.

As 12 espécies anfíbias recém-descobertas pertencem ao género Hyposmocoma - que inclui mais de 400 espécies - e pertencem a pelo menos 3 linhagens distintas, o que significa que ou a evolução da característica ocorreu em 3 momentos diferentes e de forma independente, ou aconteceu num número ainda maior de linhagens algumas das quais tê-la-ão perdido mais tarde.

“Qualquer dos cenários é extraordinárioo”, explica um dos autores do estudo, uma vez que “representaria a aquisição ou perda repetitiva do verdadeiro estilo de vida anfíbio que não foi descoberto em mais nenhum sítio”.

Aparentemente, esta via evolutiva singular está associada à evolução do próprio arquipélago do Havai, o que segundo Daniel Rubinoff, autor do estudo demonstra a importância dos sistemas insulares no estudo da Evolução”.

E o autor acrescenta “A extrema diversificação do [género] Hyposmocoma sugere a importância não só do “sítio certo (Havai), mas também do “modelo certo” (o ancestral das Hyposmocoma), que foi capaz de tirar partido das oportunidades ecológicas disponibilizadas pelas ilhas do Havai ao longo dos últimos 20 milhões de anos.

Fonte: www.scientificamerican.com

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