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Paleontologia
Vulcões ajudaram dinossauros
Vulcanismo há 201,4 milhões de anos eliminou competidores e deu oportunidade aos répteis gigantes.
Há mais de 200 milhões de anos, uma intensa actividade vulcânica desencadeou uma extinção em massa e pôs ponto final ao período Triásico (entre há 245 e 208 milhões de anos). E foi a partir daí que os dinossauros floresceram e reinaram sobre a Terra nos 135 milhões de anos seguintes. É isso que confirmam os resultados de uma série de análises a sedimentos com 201,4 milhões de anos recolhidos em diferentes zonas na Europa e na América.
Os autores do estudo, lidera- dos pela paleobióloga Jessica Whiteside, da universidade de Brown, nos EUA, publicaram os seu tra-balho na Proceedings of the Na-tional Academy of Sciences.
Primeiro era a Pangeia (o continente único na Terra), há mais de 200 milhões de anos. Depois iniciou-se a separação entre as placas norte-americana e africana, que abriu espaço para o surgimento do Oceano Atlântico e desencadeou uma intensa actividade vulcânica, que durou mais de 600 mil anos e alterou a atmosfera, levando a superaquecimento do planeta.
Aquele vulcanismo intenso produziu um pico de dióxido de carbono e de outros gases com efeito de estufa e causou a extinção em massa que marcou o final do período Triásico.
Mais de metade das espécies de plantas e de animais então existentes pereceram nessa altura e entre eles os crurotársios - antigos parentes dos modernos crocodilos que então reinavam na Terra.
Acontece que estes crurotársios eram os principais competidores dos dinossauros e não se adaptaram ao novo clima. Foi isso, explicam os paleontólogos, que permitiu aos dinossauros florescerem e reinaram durante 135 milhões de anos na Terra.
Para chegar a estes resultados, a equipa de Jessica Whiteside, que incluiu investigadores da universidade de Columbia e do Woods Hole Oceanographic Institution (EUA) e da Academia Sinica de Taiwan, analisou dois isótopos de carbono em sedimentos do fundo do oceano Atlântico, de duas antigas bacias no nordeste dos Estados Unidos - a de Newark e a de Hartford -, bem como de uma em Inglaterra, na Europa. Em todos estes pontos, os investigadores fizeram análise sedimentar, conseguindo estabelecer o início da- quela intensa actividade vulcânica há 201 milhões de anos.
Porque sobreviveram os dinossauros à catástrofe? Isso, diz a coordenadora do estudo, foi um golpe de sorte. "Estavam adaptados, o que é difícil de explicar".
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