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Cientistas americanos concluem que a produção de biocombustíveis à base de algas tem impactos ambientais significativos
Um estudo recente sugere que os cultivos de algas para produção de biocombustíveis consomem mais energia, usam mais água e emitem mais gases com efeito de estufa do que outros cultivos que também são utilizados para o mesmo fim, como o do milho.
Actualmente, estão a ser realizados grandes investimentos na produção de biocombustíveis a partir de algas, que apresentam várias vantagens em relação outras matérias-primas vegetais. Com efeito, os cultivos de algas não competem com os cultivos de alimento porque são realizados em meio aquoso, têm tendência para ter um maior rendimento energético e, como resultado do maior conteúdo de lípidos das algas, tornam os processos de refinação para obtenção de combustíveis líquidos mais eficientes.
No entanto, um estudo recente realizado por investigadores americanos sugere que há desvantagens em optar pelas “plantas aquáticas”. Com efeito, os cientistas chegaram à conclusão que, embora tenham um maior rendimento energético, os cultivos de algas têm também uma “pegada ambiental” maior do que a de cultivos alternativos, como o milho, a colza e uma gramínea nativa da América (Panicum virgatum).
Uma análise dos projectos-piloto de produção de biocombustíveis a partir de algas nos últimos 10 a 15 anos, concluiu que cultivos deste tipo de material orgânico consomem mais energia, produzem mais gases com efeito de estufa e usam mais água do que os cultivos de outras matérias-vegetais.
Uma solução para o problema passa pela associação dos cultivos de algas às estações de tratamento de águas residuais, o que permitiria reduzir as emissões associadas à disponibilização de fósforo e azoto essenciais à produção de biocombustíveis a partir de algas. Para além de assim se reduzir o impacto ambiental dos cultivos de algas anular-se-iam simultaneamente os gastos associados à utilização de tecnologias para remover o fósforo e o azoto das águas residuais.
Como explicou Andre Clarens, autor principal do artigo agora publicado na revista Environmental Science & Technology sobre o referido estudo, “Antes de realizarmos grandes investimentos na produção de algas, devemos conhecer o impacto ambiental desta tecnologia.” E o investigador acrescenta “Se decidirmos avançar com as algas como fonte de combustível é importante compreender de que forma podemos produzi-las com o menor impacto, o que acontece através da combinação com operações de tratamento de águas residuais”.
Fonte: www.sceincedaily.com
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